Adaptado por pastor
Deuramar Ribeiro – 03/03/2019 – No ano de 1996,
a Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), publicou por meio
do Jornal Mensageiro da Paz, um artigo sobre: “Fim da Folia: Hora de Catas as
Cinzas?”, de autoria do irmão Judson Canto. O assunto do artigo é sobre o carnaval.
Achei interessante sua
colocação, seu ponto de vista quanto ao carnaval, bem como, a responsabilidade da
igreja frente ao seu maior papel na terra: a evangelização das pessoas. O artigo é direcionado principalmente para a festividade desse período, o carnavalesco. Veja o texto:
“Mal terminaram as
festividades de fim de ano, todo mundo começa a pensar no carnaval. Os não
crentes vibram pela expectativa da folia; os evangélicos – virou tradição –
programam-se para fazer retiro. Quando acaba a folia e os evangélicos
regressam, restam apenas cinzas: as literais, [...], e as sobras de desespero e
frustração, vagueando ainda pelas calçadas. Hora boa para evangelizar, diriam
os recém-saídos da farta mesa espiritual servida em algum lugar escondido neste
mundo de Deus. E lá vão eles, abordando uns poucos aflitos. Todavia, imagino se
esta é a melhor estratégia.
Pessoas frustradas e
desesperadas são acessíveis a qualquer mensagem de conforto, muito mais à
pregação do Evangelho. Retiros espirituais fazem bem ao espírito, alma e corpo.
Parece a fórmula perfeita para conquistar almas: evangelistas com as energias
renovadas empenhando-se em resgatar pecadores já no limite de suas forças.
Isto, presumindo ser esta a intenção dos retiros de carnaval. Mesmo assim, meu
questionamento é se não estamos perdendo a melhor parte.
Certa vez ouvi o testemunho de
uma irmã cuja conversão ocorrera num carnaval. Ela desfilava num bloco, e a
igreja da rua onde passavam não haviam fechado as portas naquele dia. Houve
culto normal, apesar de os crentes estarem conscientes do incômodo da passagem
dos blocos na frente da igreja. A barulheira infernal e o perigo de agressão por
parte de algum folião mais exaltado não assustaram os irmãos. E, ao passar pela
frente da igreja, ela não resistiu a um chamado do Espírito Santo. O bloco
seguiu sem ela.
Oportunidade de ouro
Talvez, inconscientemente,
estejamos pensando serem aqueles poucos desesperados os que não experimentaram
a alegria no carnaval. Mas, fosse assim, teríamos de admitir: muitas pessoas
encontram satisfação para a alma no carnaval, pois resta apenas uma minoria nas
calçadas e boa parte deles estaria apenas exausta. Costumamos pregar sobre a
falsa alegria dos foliões. Por conseguinte, concluímos haver muita falsa
alegria onde haja grande número de foliões. E, assim sendo, esta seara é a mais
promissora. Talvez estejamos, com nossos retiros de carnaval, violando um dos princípios
de Eclesiastes, afastando-nos do tempo de abraçar.
O carnaval é uma oportunidade
de ouro para a evangelização. Não devemos conformar-nos à função de catadores
de cinzas. A esta altura, teremos perdido a chance de evitar alguns danos
irreparáveis: um casamento desfeito, um ato de loucura ou o nefasto HIV a
circular nas veias.
Não poucos consideram a festa
do rei Momo um campo de batalha espiritual. E, se a igreja também a imagina
dessa forma e ainda assim se afasta, tem-se uma batalha onde um dos exércitos
não compareceu. Deve a igreja ocupar tempo em preparar-se, mas a conquista só
acontece no terreno do inimigo. Um amigo meu, certa vez, escreveu num artigo:
“Não foram apenas os quarentas dias de jejum que silenciaram a satanás, mas
também três respostas…” Cristo saiu-se vencedor no espetacular duelo com o
inimigo porque o enfrentou, naturalmente, e no momento certo.
Tenha a igreja
preparação, disposição e sabedoria para escolher o campo e o tempo de lutar. Para
não acontecer de encontrar apenas cinzas.” (Judson Canto-Mensageiro da Paz (CPAD), fevereiro de 1996,
página 05. Foto: gabeira.com).
0 Comments
Postar um comentário