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Imagem: Divulgação/Internet |
Texto: Jeremias 2:1-2
Introdução: Quando uma
congregação senta para ouvir um pregador no púlpito não imagina o que já
aconteceu antes daquele momento.
Basta
recordar a história do profeta Jeremias para saber que muitas coisas acontecem
antes do púlpito. O púlpito é a parte romântica do ministério pastoral.
O que vem
antes do púlpito são os espinhos desse ministério. Jeremias
fez tudo o que pode para não ter um púlpito. Ele disse: “Eis que não sei falar; porque não passo de uma criança”
(1.6). Mas Deus lhe disse em resposta: “Antes que eu te formasse no
ventre materno, eu te conheci, e antes que saísses da madre, te consagrei e te
constituí profeta entre as nações” (v. 5). “Não temas diante deles; porque eu sou contigo...” (v.
8). “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras” (v.
9).
O pregador que usa o seu púlpito
com responsabilidade sabe que existem fatos que lhe dão autoridade na pregação.
Vamos citar
alguns desses fatos, para que os pregadores que têm um púlpito façam uma
autocrítica do seu ministério.
I. O Primeiro
Fato É Que Antes Do Púlpito Há Um Chamado.
Não é o púlpito que faz o
pregador. É o pregador que dignifica
o púlpito. O pregador não acontece por acaso. Deus chama o pregador para ser
sua boca; e Deus fala por intermédio dele. Deus chama quem Ele quer e como Ele
quer para ser o seu pregador. O profeta Amós disse: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e
colhedor de sicômoros. Mas o SENHOR me tirou de após o gado e me
disse: Vai e profetiza ao meu povo Israel” (Amós 7.14,15).
Deus não
está à procura de grandes oradores. Os grandes oradores não têm púlpito.
Eles querem
mesmo é uma tribuna. Deus precisa de homens de púlpito e não de homens de
tribuna.
O púlpito é
algo que está relacionado diretamente com a Palavra de Deus (Neemias 8.4,5).
Infelizmente,
por total ignorância da história da pregação e da teologia do púlpito, as
Igrejas estão trocando o seu púlpito pelo palco onde tudo pode acontecer. Acontece
desde a pregação da Palavra até exibições de música, teatro, coreografia e
balcão de venda de CDs. Somente entende o púlpito quem recebeu o chamado para o
ministério da pregação.
II. O Segundo
Fato É Que Antes Do Púlpito Há Um Preparo.
A Igreja não pode ceder o seu
púlpito para qualquer pregador. Ela precisa saber quem é o homem que irá ministrar a Palavra no
seu púlpito.
Paulo diz:
“quem deseja o “episcopado” – o homem que usará o púlpito – não pode ser
neófito. Isto é, não pode ser pessoa imatura.
O preparo
antes do púlpito envolve conhecimento das doutrinas cristãs, conhecimento das
necessidades humanas, conhecimento da história da Igreja e conhecimento das
técnicas da pregação.
Não basta para
o pregador um curso de bacharel em teologia, de mestrado, de doutorado. Esse
preparo antes do púlpito vai muito além. Trata-se de um conhecimento de Deus, o
Deus da vida pessoal do pregador. Por isso Paulo teve a ousadia de fazer este
desafio: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1
Corintios 11.1).
III. O
Terceiro Fato É Que Antes Do Púlpito Há Uma Luta.
Pregador que usa o púlpito antes
de ter enfrentado uma luta espiritual não pode ser considerado pregador. Ele pode ser um excelente orador;
conhecedor de todas as regras da oratória, mas não é pregador. O pregador tem
KERIGMA (mensagem) e não discurso.
Satanás não
gasta o seu tempo com discurso. Ele é capaz de convocar as suas hostes
demoníacas para impedir o KERIGMA que está para ser pronunciado no púlpito.
Essa luta de Satanás com o pregador acontece antes do púlpito. Identificamos
essa batalha quando o pregador responsável vê aproximar-se o dia de sua
pregação e o KERIGMA parece não chegar ao seu coração. Um bom exemplo dessa
luta antes do púlpito é a história de Moisés no monte Horebe.
Deus fala a
Moisés: “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo,
os filhos de Israel, do Egito”. Então disse Moisés: “Quem sou eu para ir a Faraó...?” (Êxodo
3.10,11). “Eis que quando eu vier aos filhos de Israel e
lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me
perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes dirás?” “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o
que Sou. Eu sou me enviou a vós outros” (Êxodo
3.13,14).
Essa luta
de Moisés para aceitar a sua Missão de libertador, corresponde à luta do
pregador com Satanás antes do púlpito.
IV. O Quarto
Fato É Que Antes Do Púlpito Há Uma Paixão.
O púlpito é o lugar dos apaixonados pelas almas perdidas. Paulo declarou enfaticamente: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre
mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1
Corintios 9.16). Antes do púlpito o pregador é como um garimpeiro que busca
pedras preciosas nas páginas das Sagradas Escrituras para enriquecer as pobres
almas que andam, sem destino, pelos caminhos da vida.
A pregação do
púlpito é o desabrochar de um coração cheio de amor pelas multidões aflitas e
exaustas, como ovelha que não tem pastor. Púlpito não é lugar de
políticos. Eles têm os seus palanques eleitorais. Também não é lugar de
“astros”. Eles têm o seu palco e seu “fã clube” para aplaudi-los.
Púlpito é para
pessoas que amam a Deus de todo o coração, de toda a alma, de toda a força e de
todo o seu entendimento; amam o seu próximo como a si mesmo. Paixão
exige renúncia, sacrifício e ação; e púlpito sem paixão é púlpito sem vida.
Wesley dizia: “A minha paróquia é o mundo”. Knox clamava: “Senhor, dá-me a
Escócia ou eu morro”.
Moisés pediu: “Agora,
pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que
escreveste”. Então disse o Senhor a Moisés: “Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra
mim” (Êxodo 32.32,33).
O púlpito
foi a paixão de Henry Martins, missionário na Índia, que clamava: “que eu me
consuma por Deus e pelas almas”.
Conclusão: É hora de restaurar o púlpito nos cultos de nossas Igrejas. No reinado
de Acabe os altares do Senhor foram destruídos e nos seus lugares foram
construídos os altares de Baal e os postes ídolos.
A palavra de Deus estava totalmente esquecida
em Israel, até que surgiu o profeta Elias e“restaurou o altar do
Senhor, que estava em ruínas” (1 Reis 18.30). Então Deus se
manifestou nesse altar reconstruído, “o que, vendo todo o povo, caiu
de rosto em terra e disse: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus” (1
Reis 18.39).
Assim como
Elias restaurou o altar do Senhor; precisamos ter coragem e restaurar o púlpito
de Deus em nossas Igrejas. Eliseu, acompanhando os passos de Elias até o seu
arrebatamento, tomou o manto que Elias lhe deixara cair, feriu as águas do
Jordão e disse: “Onde está o Deus de Elias?”.
Sabendo que os púlpitos do Senhor estão em
ruínas, podemos mudar a tônica da pergunta de Eliseu e clamar: Onde estão os
Elias de Deus que se disponha a enfrentar os Acabes e os profetas de Baal,
restaurando o nosso púlpito, tão banalizado pela mídia do evangelicalismo?
Fonte: Site o Pregador
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